sexta-feira, 1 de maio de 2009

Numa Batucada de Bamba

Por ocasião do Show dos Novos Baianos na virada cultural, hoje (01-05-09), ouvi na Cadência Do Samba, música de Ataúfo Alves e Paulo Gesta, na Interpretação dos Novos Baianos. Música apresentada ao Público na primeira metade dos anos sessenta.

Na Década seguinte, os anos 70, anos do Milagre Econômico, assistiram a um dualismo marcante: de um lado as forças conservadoras confraternizavam-se às transformações modernizantes (econômicas e consumistas) do regime ditatorial; de outro, a esquerda, essencialmente classe média, vai as ruas agora ao som de Caetano, Gil e Chico Buarque. Os novos baianos, apesar de grande opção de protesto, é melhor recebido pelos hippies do que pela esquerda organizada – agregada à juventude intelectual da UNE.

Com distância bem entendida desse epicentro de forças político-culturais, os Novos Baianos parecem vivenciar maior liberdade. Tanto que regravam o inadequado Ataúfo Alves (acusado de “apoiar o getulismo” por causa do “Bonde de São Januário”; pela direita representa um passado de atraso, já que o “milagre Econômico” é subsidiado pelo FMI. E o primeiro pagamento é o enlace cultural – e a conseqüente submissão.

Assim como “Fita Amarela”, de Noel Rosa, Cadência do Samba (o gênero (samba) e tema: a morte estão presentes em ambas), também é uma anarquização dos ritos fúnebres da sociedade em seu tempo. E por isso,
desenterram o defunto na sala do país do futuro, do país que vai pra frente (oh! oh! oh! oh!oh! oh! oh!).

Mas o que mais me chamou a atenção, foi uma intromissão nos versos da música original: “... mas o meu nome ninguém vai jogar na lama...” por “... o meu nome vagabundo nenhum vai jogar na lama...” Cantado com dicção clara e potente por Baby Consuelo.

PÕE O DEFUNTO PRA DANÇAR...

Um grito de liberdade. Sem a retumbância careta que é lembrado no Brasil.
É uma bronca com a autoridade moral que só diz quem a tem. Eles a tem. Os de aparência de doidos, depravados, ou sem consciência de classe etc.

Tenho vontade de ouvir e cantar potentemente essa música. Mesmo desafinado. “Por que no peito de um desafinado também bate um coração”.

autor: Pedro da Mota Pereira.

Para ouvir Numa Batucada de Bamba, digite em sua barra de endereços:

http://www.youtube.com/watch?v=OrfLmPUlKag




2 comentários:

  1. citando defunto, o ator Mario lago, qdo morreu, exigiu em vida, q no proprio velorio, se tocasse marchinhas, chorinho, q ñ fosse algo triste...so ñ dançou pq ñ podia mais...rs

    ResponderExcluir
  2. È VERDADE. NESSAS HORAS, OS OUTROS DANÇAM. PORQUE JÁ DANÇAMOS ANTES.

    ResponderExcluir

Comente.
Co-mente (Refrescante).
Coco-mente (gago: palavras fedidas!).
Komente - parece russo!

* SEM FRESCURA:
COMENTA AI, PÔ!