sexta-feira, 19 de junho de 2009

AMIZADES...

Relendo algumas das minhas últimas postagens, percebi que vira-e-mexe eu cito algum amigo como referência para algo. Todos eles, inclusive os que comentaram algo, são oriundos de um passado já um tanto distante: principalmente da juventude e do tempo de universidade.
Será muita nostalgia?
Será que sou muito ranheta hoje e por isso tenho poucos amigos?
Será apenas o fato de que a vida adulta, família, requer muito tempo e quase não nos permite conhecer novas pessoas?
Ou o mais triste:
Vivemos, ganhamos experiência e, por isso, cada vez mais desconfiamos do ser humano.
Seja como for fiquei feliz de ter reencontrado recentemente um amigo que não via Há Tempos, o Hélinho...
Essa canção é para ele:

terça-feira, 16 de junho de 2009

A Língua das Palavras: Acumulação de imagens

Do Livro 'Caderno de Fogo', do Poeta Carlos Nejar.
Copiei estas linhas no intuíto que possam contribuir para o debate do último post.
Leiamos:
"A poesia sai da poesia (Emerson). Um livro sai de outros livros. E se reproduz a criação, sem reflexos. Só imagens, indefinidamente. Pondo a cabeça para fora da água: focas...
Até gerarem, pela acumulação, a enciclopédia sucessiva do tempo.
Não se responde a nada, salvo ao que nos fala dentro. Pegamos essas chamas-couve-flores. Devagar. Elas não nos queimam, porque tem abas noutra extremidade do mistério.
E eu vou explicando, por palavras, o que as chamas espalham.
Pode ser uma simples flauta, o toque mágico da metáfora. Pode ser uma letra deitada sob a pedra. Pode ser uma pedra."

terça-feira, 9 de junho de 2009

O Fim existe?

A Érica,
do Blog CONFINS (o link para ele está na minha página), escreveu corajosamente sobre O FIM.
Escrever sobre começos é fácil. Inclusive aquelas pessoas que nada fazem estão sempre falando de começar isso ou aquilo.
Como diria minha mãe:
"quem muito fala nada faz".
Também dizia:
"pau que nasce torto mija fora da bacia".
Mães sempre dizem coisas que as vezes vivemos para lhes dar significado.
Mas esse foi um pensamento arbóreo.
Inclinado.
Voltemos.

AS COISAS ACABAM DEFINITIVAMENTE?

Para o indivíduo, sim. Seria loucura (das ruins) dizer ao contrário. MAS O INDIVÍDUO É UM FIM EM SI MESMO?
Não é ele um ser moldado de partes ínfimas de outros seres, do passado e do presente, do seu habitat etc.
Ao menos o é assim para a história, a etno-história.

Mas falamos disso ou de espiritualidade. Mas a espiritualidade não é um olhar para dentro de si e, portanto, para todos aqueles que existiram antes de nós?

Sei lá.
Responda você:

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Escrevi um poema sobre isso e uma coisa besta. lá no blog da Érica.
Primeiro vou postar a coisa besta. Depois o poema.

COISA BESTA:

A melhor história jamais deverá ser contada, assim como o melhor escritor jamais deverá escrevê-la...

Foi o que há uns tempos eu pensei, apoiado por alguma loucura extra.
Se a melhor história é aquela que guarda sutileza - não a toa. Porque até "Guerra e Paz ", (obra de mais de 1.500 páginas, de León Tolstói) é sutil.

Sutil dentro da sua mais apta verdade.

Mas não a toa, porque ou a busca é pra valer ou é melhor nem tentar nada com arte - que é maior expressão humana.
E o hipotético melhor escritor, por característica de sua humanidade tão intensa, desaba rumo a auto-anulação.

Daí escrever torna-se algo que não deve ser feito, seria um retrocesso.

Esse é um pensamento a ser reescrito.

Corre porém o risco de já o ter lido num dos escritores ídich. Tipo Peretz.


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O POEMA

de uma história que não acaba...


AMANTES DE NOVOS TEMPOS
Dormentes sob escombros
Repousam canções
Ainda por fazer.

Em estado ideal
Tangem-se ao mundo
– destino fatal!

O vento as semeia
– por dias a fio...
embriagam novos amantes
que as saboreiam

como a linha que costura
aparece e se esconde
na vida tecida
– o hoje é incógnita.
Há o ontem que já foi
E o amanhã - que não virá –.


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quinta-feira, 4 de junho de 2009

Sexo é vida...

UM AMIGO meu, que não vejo há tempos, mas que todos os dias trago-o comigo, viu este blog e disse: "muito melancólico..." E QUE É MESMO! Para meu espanto. Por isso vou postar uns versos íntimos... E digam que isso não é alegria. Se é que melancolia tem algum contrário.





Efeméride
Eu quero alguma efemeridade
mesmo pequena, como o prazer de escrever
este mesmo poema, como entrar em teu sexo
Ó fêmea-amada!

Seria um pecado mortal, para um poeta taciturno
que enleva a morte a tal: Deusa de todas as noites,
professora ritual, grande mestra da esperança.
Ó fêmea-amada!

Enlevando a noite, canta também a terra, o charco
Com que pisas e te enterras todo o corpo de mortal.
Mãe-de-todos fertiliza esse pobre, seu cantor!
Ó fêmea amada!

Só por um dia, tua benção, mesmo exígua
concedida como carne, àquele que com fome
em teus braços quer morrer, dá-te!
Mesmo efeméride:

Com tuas águas, terra ou charco, dá tua vida!
Ó fêmea-amada!