É.
Escrevo com terror de morte,
estes versos que já os fiz.
Escrevo pois hoje vi
o homem que irá matar-me.
Por entre os vãos das grades
mirei-o de lance em lance;
e no rebrilhar dos olhos vi
a lâmina que justiça ao tempo dá
Suas têmporas arrefecidas como a voz do cantor,
que somente lança seus dardos ao coração ferido
que somente os recebe, sem reciprocidade; sem história.
Dardos líricos que sangrarão a veia d’um poeta
[d’alma.
De ofício, não!
Só cantei aos cães e vagabundos em desejo
[pois acordado os temi.
Sei a hora e o lugar.
E sabê-lo é um delicioso amargo na boca
É uma vitória de excelente langor.
É fazer-me aedo de mim mesmo:
- Que sou o Ulisses sonhado em meus próprios
[desejos.
Não em sonhos!
Pois esses tons noturnos suaves
[esses eu não os tenho.
É fazer-me um oráculo
que serpenteia e morde a cauda
E por si só; cancerianamente letal
Consome a si mesmo...
Num átimo imortal entre os sonhados tempos
[cancela-se!
Sim!
Hoje escrevo os versos
ao homem que irá me matar
E não é assassino - é tão inocente.
E não deve ser descrito por mãos insolentes
Que amanhã [assassinas] espargem agora a tinta após catar um seu olhar
Pra dentro de si mesmo
quarta-feira, 20 de maio de 2009
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Tá lindo seu blog, tem uma energia criativa que me arrepia...
ResponderExcluirbeijo, erica.
Eu sempre acho o contrário. E não [é porque sempre sou do contra - e sou! mas é porque sinto mesmo que ainda não é uma impressão mais completa da minha alma. E é apenas nesse nível que as coisas tem me interessado. Vc tem sido gentil, pois é característico da sua humanidade. Por isso te prezo tanto.
ResponderExcluircontinue acompanhando...
grato.
p.