sábado, 15 de agosto de 2009

Angústias do Tempo






Audacioso esconde a pedra
Na areia densa do chão cinzento
O forte algoz da vida,
o tempo.


Há um que corre.
Há um só tempo (?)
Desse mesmo tempo:
singelo vento.

O outro:
[que nunca passa]

escorre em nuvens
molhando a terra
Engano fausto,
...........pretensão,
....................... portento
O vento passa,
A lama seca,
Areia muda.

Depois do sono-existência
[Grande ou pequeno]

O tudo, o nada
É tudo o tempo.
Pedro da Mota Pereira



domingo, 2 de agosto de 2009

...

CABRALINAS



Minha alma é triste (...)



não digo; ora não sei!



pois eu que não sou alma

sonho rios



pedras

mares

ricas cachoeiras esbravejantes



tempestades no campo

[...tumular...]

E o canto dos líricos pássaros

que é música mais bela

[que

Mozart

Bramns

Tchaikóvsky

Ou

Bach!


Mas vivo perdas e pedras

Somente

a dura cidade ensinar

que o verdadeiro ensinar não se ensina:

aprende quem sabe a sina, a hora e o lugar.


Carne crua em cativeiro

Finjo lobo

Finjo amar

a pedra que carrego comigo também me sabe.

E eu que penso saber

apenas sinto

o duro cimento:


saudade d’outro lugar

que existe só em minh’alma



que não me ilude; e faz-me cantar.


Pedro da Mota Pereira.