...
Chove.
E o vento frio atravessa soprando
um silêncio sustido
Dual, travestido, de angústias vindouras.
Chove.
E dos espelhos d’alma
Vislumbro com calma [Lá fora
a saudade
[que olha meus olhos molhados]: parada
Chove.
E em tal distância
qualquer desejo de felicidade espanta
primavera dos anos de antanho.
Chove.
E as cúrias vãs da memória
[sentado em quase embaraço]
dissolvem-se como torrão de açúcar
em meu copo de chá.
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